giovedì 4 luglio 2013

Gilberto Gil e le "quote nere" per l'accesso agli stadi


















Secondo l'artista baiano Gilberto Gil, i prezzi troppo elevati delle partite della Confederations Cup avrebbe impedito alle persone di colore, da lui accostate allo strato più povero della popolazione, di accedere agli stadi. Soprattutto a Salvador, nella partita della Nigeria, dice Gil, dove "la popolazione nera baiana avrebbe dovuto avere maggiore interesse ad assistere all'incontro. Ho capito che il problema era economico. Pertanto, dovrebbero essere create quote di accesso per neri, affinché l'arcobaleno di colori brasiliano sia meglio rappresentato nella Coppa".
Ricordo che le "quote nere" in Brasile esistono già per quanto riguarda gli esami di ingresso alle università pubbliche e, dal 2012, per tutti i concorsi pubblici (nella percentuale del 15%). La questione è da sempre controversa nell'opinione pubblica brasiliana creando divisioni fra chi vede queste quote discriminatorie, associando colore della pelle a condizione economica e discriminando invece quelli che sono poveri ma non sono neri e chi le considera invece la risposta più realistica in un Paese in cui i bianchi occupano ancora le cariche più importanti. A favore della seconda posizione, mi sento di dire che anche nei cartelloni pubblicitari e in televisione, è difficile vedere rappresentate persone di colore; lo stereotipo è sempre il bianco. Tuttavia parlare di quote nere, almeno personalmente, mi fa rabbrividire, stabilendo il colore della pelle come un fattore determinante per ottenere o no sconti o aiuti e, soprattutto, ribadendo il paradigma nero-povero. 


Em uma entrevista coletiva que tinha como objetivo divulgar o lançamento de sua biografia, “Gilberto Bem Perto”, mas que acabou enveredando para assuntos variados, o cantor Gilberto Gil criticou, na tarde de hoje, em Paraty (RJ), a falta de acesso da população negra e pobre às partidas da Copa das Confederações e da Copa-2014, no Brasil, por conta do alto preço dos ingressos.
“Tem de haver uma mobilização autopromovida pelas favelas, pelas periferias, para suprir a carência que esses grandes eventos globais acabam impondo ao Brasil, que é a filtragem pelo preço dos ingressos”, disse o ex-ministro da Cultura, que afirmou ter ido ao Maracanã no último domingo, para a final entre Brasil e Espanha. “Fiquei na tribuna de honra, ao lado do [Joseph] Blatter [presidente da Fifa], do Zagallo, Ivete Sangalo, Jorge Ben Jor. Quando cheguei em casa, vi pela TV que o lugar onde os jogadores correram para abraçar a torcida não tinha o matiz racial brasileiro, era esbranquiçado. Isso no Maracanã, onde as pessoas da Mangueira costumavam descer para ver os jogos.”
Segundo Gil, mesmo em sua terra natal, Salvador --dona da maior população negra do país--, o fenômeno se repetiu. “No jogo da Nigéria, na Bahia, onde a população negra baiana deveria ter sido mais mobilizada a participar, eu via que a questão econômica pesava muito. Portanto, seria interessante criar cotas, fazer uma mobilização para que esse arco-íris brasileiro ficasse mais bem representado nos jogos da Copa.”
Ele citou ainda o exemplo de um grupo de jovens paulistanos que procurou sua mulher, Flora Gil, para alugar um apartamento que ela tem em Salvador, onde o grupo iria assistir à partida entre Brasil e Itália pela Copa das Confederações. “Quem quer ir ver os jogos nos estádios, é só a classe média paulista, carioca etc.? Ou as periferias também querem? É essa a questão. Como é que a gente vai resolver isso, para ter uma pluralidade maior dentro dos estádios? Senão ficam só os cinco meninos de São Paulo, possivelmente descendentes de italianos, que podem pagar uma passagem de avião, que foram ver o jogo e aproveitaram para comer um acarajé, fazer um pouco de turismo em Salvador.”
Informado de que a Fifa havia anunciado um plano para vender ingressos a preços populares, Gil listou outras sugestões. “Tem de haver vários meios. Um banco que pode criar um empréstimo, uma empresa qualquer que pode patrocinar aquilo ali, fazer com que os meninos da Rocinha, da Mangueira ou da Cajazeiras, em Salvador, possam comprar aqueles ingressos, pagar em três ou quatro vezes. Enfim, mobilizar. Há uma vontade da população brasileira de ir aos jogos. Como é que se atende a isso?”
O compositor lembrou ainda que a maior parte dos grandes jogadores da história do futebol nacional vêm justamente das camadas populares que não conseguem pagar o preço do ingresso para as grandes competições. “É a história do futebol, os grandes atletas no mundo inteiro vêm dessas classes populares. É de onde se origina o Hulk, o Neymar, o Romário, o Bebeto, o Ronaldo, o Garrincha, o Pelé.”
fonte: www.correio24horas.com.br

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