In questo
articolo, di cui riporto la seconda parte, la giornalista Miriam
Leitao ammette l'incapacità dei giornalisti nel non avere preveduto
le manifestazioni avvenute in Brasile, così come quelle che della
così detta primavera araba. Nell'epoca digitale, fenomeni chiamati
in sociologia “di contagio” si sviluppano molto più velocemente:
è necessario studiare a fondo la società brasiliana e i suoi
giovani. Non si possono neanche tirar fuori eventi del passato,
imitandolo nel criticare senza distinzione tutti i politici ovvero il
sistema. La speranza, conclude la giornalista realisticamente, è che
alla fine di di queste “camminate” i cittadini siano un po' più
informati.
Uma
coisa é certa: erramos todos. Cada comentarista ou analista da cena
brasileira, seja em que área atue, pode dizer que alertou para erros
na política ou na economia, mas ninguém previu a eclosão de um
movimento desta magnitude. Quando estourou a rebelião contra
governos árabes, um especialista conhecido nos Estados Unidos, F.
Gregory Gause III, que há 20 anos é professor das melhores
universidades americanas sobre Oriente Médio, teve a coragem de
dizer que estava “totalmente errado”. Num artigo na “Foreign
Affairs”, ele disse que não tinha olhado para o lado certo. Havia
dedicado seu tempo a explicar porque as ditaduras da Líbia, do
Egito, da Tunísia eram tão longevas e não viu o movimento se
formando contra elas.
No
caso do Brasil, é mais complexo porque é uma democracia forte em
que a presidente foi eleita e exerce legitimamente seu mandato. O
movimento é um difuso sentimento de insatisfação diante da
incapacidade de o Estado atender às aspirações das pessoas. Há,
claro, um cansaço transbordante com os casos de corrupção. É
preciso separar o que é a fúria de quem praticou atos de violência
e o que é a maioria da população, que vestiu branco e foi às ruas
com a intenção de manifestar seus sonhos de um país melhor.
Sabe-se
pouco da dinâmica dos movimentos na era digital. Sabe-se que eles
não têm líderes claros e surpreendem pela rapidez do crescimento.
É o velho contágio, que a sociologia estudou, mas em escala muito
maior. O mestre Manuel Castells, que esteve aqui rapidamente, tem
traçado algumas linhas do que é este mundo novo das redes de
indignação e esperança, mas nem quem o lê com atenção
imaginaria o que aconteceu no Brasil. Temos que ter a humildade de
admitir que é preciso estudar mais o país, sua juventude, suas
mudanças. E as pesquisas de opinião? O que é mesmo que perguntaram
para captar tanta popularidade do governo? Como isso se encaixa com o
que vimos agora?
O
Brasil viveu um sufocante período de gritos e sussurros depois de
reprimidas as passeatas de 1968. O movimento espontâneo da Praça da
Sé na morte de Herzog, em 1975, foi surpreendente e decisivo para
mostrar a exaustão com tão longo autoritarismo. A manifestação
dos trabalhadores da Vila Euclides revelou a força dos novos
líderes. As passeatas gigantes das Diretas surpreenderam até os
organizadores pela sua força e dimensão, mas elas tinham lideranças
sólidas em coalizão. Os caras-pintadas foram um efeito bumerangue.
O ex-presidente Collor, que havia aprisionado o dinheiro das
famílias, sem debelar a inflação, estava envolvido em denúncias
de corrupção. Acuado, pediu que o povo fosse para a rua apoiá-lo.
Colheu o oposto do que pediu.
O
passado é completamente diferente do presente. Não se pode recorrer
a ele. A rejeição a todos os políticos, que aparece nas
manifestações, é compreensível, mas não é a solução. O atual
sistema de representação está gasto, mas não se sabe o que pôr
no lugar. Estamos numa transição para um mundo diferente. Minha
esperança é que ao fim dos protestos o país tenha cidadãos mais
bem informados.
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