Riporto un articolo dell'economista Miriam Leitao sull'inflazione. Viene qui spiegato come il fatto che l'inflazione negli ultimi 12 mesi sia diminuita per il quarto mese consecutivo, è in realtà una falsa buona notizia. Infatti, bisogna distinguere i prodotti i cui prezzi sono controllati dal governo (carburanti, trasporto pubblico, energia elettrica), che sono aumentati solo dell'1.01%, da quelli liberamente contrattati nel mercato, per i quali l'inflazione ha toccato addirittura il 7.34%. L'inflazione dei servizi ha raggiunto l'8.72%. I prezzi degli alimenti negli ultimi mesi sono invece cresciuti dell'8.88%. Gli affitti aumentati dell' 11.55%.
A inflação no freezer
A inflação em 12 meses caiu pelo quarto mês seguido, mas a boa notícia acaba aí. A taxa de 5,84%, por si só, já é alta, mas o número fica pior ao saber que os preços administrados subiram só 1,01% no período, enquanto os livres dispararam 7,34%. A inflação está sendo literalmente controlada pelo governo, que colocou vários preços no congelador: gasolina, diesel, tarifa de transporte público, energia.
Enquanto isso, os produtos que são negociados livremente em mercado continuam em alta, chegando a essa taxa de 7,34 (vejam o gráfico, extraído do blog do economista Felipe Salto). A inflação dos serviços foi de 8,72%. O índice de difusão, que mede a quantidade de preços que subiram, chegou a 60%. Segundo o economista Luis Otávio Leal, se os alimentos forem excluídos da conta, o percentual sobe para 67%.
A alta mensal em outubro foi a maior desde fevereiro, mas isso não é o mais importante. A inflação obedece a um calendário que quase sempre se repete. Geralmente, os preços são mais altos no final do ano e mais baixos entre o período de junho a agosto. Por isso, é sempre bom olhar para a taxa em 12 meses e para o mesmo mês do ano anterior. Em outubro deste ano, deu 0,57%. Em outubro de 2012, 0,59%. Na taxa em 12 meses, os mesmos 5,84%. O combate à inflação no período fez poucos progressos.
Os alimentos têm alta de 8,88% em 12 meses e voltaram a subir com o fortalecimento do dólar. As tarifas de aluguel dispararam 11,55%; serviços médicos e dentários, 10,49%. Já a tarifa de energia caiu 15%, mesmo com o uso das termelétricas, mais caras. A conta do subsídio está abalando o superávit primário. Somente em outubro, foram R$ 2 bi gastos para controlar esses preços.
A maior vitória que o Banco Central espera ter este ano é entregar um resultado menor que os 5,84% de 2012, nem que seja por um décimo percentual. Por isso, o governo tem feito tantas contas e olhado tanto para o calendário para decidir quando a Petrobras poderá reajustar a gasolina. A inflação ainda não viu o centro da meta no governo Dilma. Quando voltará para 4,5%, ninguém consegue prever.
Não culpem a chuva
Qualquer chuva é suficiente para se criar um caos nos aeroportos brasileiros, como aconteceu ontem. Isso porque as aéreas não têm protocolo de emergência. O imprevisto é rotina para uma empresa desse ramo, mas as daqui ficam improvisando soluções, fugindo dos passageiros, negando informação. Ontem, o Santos Dumont fechou e isso deixou o aeroporto de Congonhas caótico. Passageiros foram embarcados e desembarcados, depois de esperarem por quase uma hora dentro das aeronaves. Outros ouviram a informação de que “todos os voos estavam cancelados para reorganizar a malha aérea”. Um passageiro disse à coluna que seu voo foi cancelado duas vezes. Mandado de volta ao balcão, foi informado que deveria correr para o embarque. Não há reforma de aeroporto que dê jeito em empresas que não se preparam para emergências, intempéries e inesperados.
EM RECUPERAÇÃO. A alta de 2,8% do PIB dos EUA no terceiro tri é uma boa notícia, mas coloca pressão sobre o real e a inflação, que já está alta. Ontem mesmo a moeda americana subiu para R$ 2,30.
TESOURA NOS JUROS. O Banco Central Europeu fez o que ninguém esperava: reduziu a taxa de juros para 0,25%. É que a inflação está abaixo da meta, o desemprego, alto, e a economia, fraca.
ALIMENTO. O preço da cesta básica só não aumentou em Florianópolis e Goiânia este ano, segundo o Dieese.
fonte: www.oglobo.com
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